05 mai , 2018
SÁB
Nu palco Hélder costa Um dos grandes nomes do teatro português estará Nu Palco para um encontro que também será conversa com o público
Preço

3/5

05 mai , 2018
SÁB
Um dos grandes nomes do teatro português estará Nu Palco para um encontro que também será conversa com o público

Nu palco

Preço

3/5

Calendarização

05 mai
sáb
2018
Tondela  (Palco do Auditório 1)

Hélder costa


Era 3 de Maio, três da tarde.
Estava eu a tomar uma bica com uns amigos no Boulevard S Michel, quando começou a descer uma manifestação de estudantes.
- Olha, mais uma!
- E os chuis?
-Devem estar a chegar.
Claro que já lá estavam, sabiamente escondidos à esquina da ponte, e passados uns segundos começaram a mostrar-se.
Pausa, silencio, só faltava a música do Morricone para recordar “ Era uma vez no Oeste”.
E nisto, a manifestação começou a avançar.
-Eh pá, os gajos estão a andar.
-Pois é. O que é isto?
-Isto hoje...
E, de repente, a manifestação desatou a correr.
Mas, oh milagre do inesperado, a correr em direcção à policia!
E a polícia, surpreendida com tal prova de afecto, recuou e entrincheirou-se.
Algum garboso centurião terá apelado ao nobre sentido cívico dos CRS, e ei-los que desembolaram enraivecidos.
Começaram a voar pedras, lixo, chávenas e cadeiras dos cafés.
-Vamos?
- Que remédio!
- Até parece mal se a gente não dá uma ajudinha.
Esta conversa e a descrita “perturbação da ordem pública” passaram-se nos primeiros minutos da primeira manifestação que lançou o Maio de 68.


Hélder Costa


PREÇO: 5,00€ / Associado: 3€ / Descontos: 4€ / Desempregado: 2,50€ / Bilhete família disponível

Calendarização

05 mai
sáb
2018
Tondela  (Palco do Auditório 1)

Ficha técnica e artística

Hélder Costa nasceu em Grândola a 6 de janeiro de 1939. É encenador, ator e dramaturgo. Estudou Direito na Faculdade de Direito de Lisboa e na Faculdade de Direito de Coimbra. Integrou o CITAC, em Coimbra, e presidiu ao Cénico de Direito, em Lisboa.

Exilado em Paris, frequentou o Institut d'Études Théatrales da Universidade de Sorbonne e foi fundador do Teatro Operário de Paris (1970). Após o 25 de Abril de 1974, regressou a Portugal e foi um dos membros fundadores do grupo A Barraca, onde é encenador e diretor artístico. Dirigiu vários espetáculos em Espanha, Brasil, Dinamarca e Moçambique. É, igualmente, autor de uma vasta obra publicada.