Queima e Rebentamento do Judas - 2001

Em 1985, a ACERT tomou em mãos a organização de uma tradição que já vinha acontecendo em Tondela há cerca de 60 anos. Das origens ficam-nos o aparecimento do Judas na Sapataria do Joaquim Ricardo com a participação dos empregados, José de Lemos, António Antunes do Vale (Sapo), António Santos (Marrujeiro), Anselmo Gouveia (Pescadinha), António dos Santos (Mirau) e António Albuquerque. Estes são alguns dos que ajudavam o Batatinha (que morava numa loja na Rua de Baixo) na construção.

Entretanto, o Batatinha adoece… e a tradição sofre uma paragem, ainda que curta. Com António de Figueiredo (Mau-Mau do Talho) tudo recomeça. Anos mais tarde, José Coimbra (Sêco), recebe o testemunho. E a odisseia não acaba aqui. Três aventureiros, dois anos depois, abraçam o projecto. António Matos, João Marques e António Tavares (Sópila), reacendem a tradição com amigos e familiares, passando à ACERT tudo o que sabiam.

A ACERT sentiu necessidade de dar uma componente mais teatral à Queima e Rebentamento do Judas, introduzindo novos elementos cénicos, musicais e técnicos para dar ao evento um sentido mais espectacular.

Agora, tudo começa com uma ideia que serve de guião, compõem-se músicas originais e idealiza-se o boneco que servirá de traidor. Depois, juntam-se mais de uma centena de pessoas durante uma semana. Deita-se mãos à obra: ensaiam-se os textos das acusações, os movimentos de conjunto, as marcações, as músicas. O Judas é feito com a ajuda de muitas mãos, a cenografia ergue- se para conter todos os efeitos necessários para a noite, os figurinos crescem para vestir os personagens, o plano de luz e som é posto em marcha e a imagem gráfica é posta a circular na rua. Ultimam-se os preparativos para acolher os milhares de espectadores que fazem também parte deste ritual.

Em poucos minutos, tudo arde, menos a memória de se ter queimado, com acusações, o “cafajeste” que personifica todos os males que nos atormentam. O que é dito nas entrelinhas, cada um leva para casa o que achar mais conveniente para não rebentar.

Apresentação única 14 de Abril de 2001, Escola Preparatória de Tondela

Encenação e dramaturgia José Rui Martins
Assistência de encenação Ruy Malheiro Cláudia Andrade
Direcção de montagem Miguel Torres e Pompeu José
Música Fran Perez
Direcção de percussões Quiné
Concepção plástica Yan Thual
Iluminação Luís Viegas
Som João Paulo Martins
Direcção de figurinos José Rosa
Músicos Aldo, Carlos Peninha, Fran Perez, Marcos Teira, Miguel Cardoso, Pepe Sendón, Quiné Suso, Alonso Tito
Vídeo Ami Daisi, Manuel Fernandes, Tiago Pereira
Equipa técnica José António Seixas, Luís Viegas, Miguel Torres, Paulo Neto, Pompeu José, Rui Ribeiro, Sílvio Neves, Tó Lopes
Costureiras Ana Isabel Videira, Clara Coimbra, Felicidade Café, Gil Rodrigues
Participantes Adriana Ventura, Alexandra Rodrigues, Alice Estrela, Ana Cláudia Castro, Ana Fonseca, Ana Pereira, Andreia Correia, Angela Marques, António Costa, Carla Torres, Carlos Silva, Carlos Viegas, Catarina Coimbra, Catarina Cotta, Catarina Estrela, Catarina Marques, Cláudia Andrade, Cláudia Cardoso, Cláudia Rodrigues, Cláudia Teixeira, Daniela Teixeira, David Sousa, Diogo Machado, Efigénia Arede, Fernando Ribeiro, Filipa Castro, Filipa Patrício, Filipe Miguel, Francisco Igrejas, Gustavo Miguel, Hugo Marques, Hugo Melo, Ilda Teixeira, Inês Saraiva, Inês Saraiva, Irene Pais, Isabel Sousa, Joana Machado, Joana Vieira, João Arede, João Correia, José Abreu, José Coimbra, José Manuel Marques, José Rosa, José Tavares, Luís Carlos Henriques, Luís Miguel Marques Luís Patrício, Luís Paz, Luís Rodrigues, Mafalda Matos, Margarida Coimbra, Maria Antonieta, Mesquita, Maria Miguel Almiro, Maria Simões, Marta Costa, Marta Marques, Nuno Antunes, Paulo Leão, Pedro Almiro, Raquel Cabral, Ricardo Santos Rita Sousa, Rute Faria, Ruth Castro, Ruy Malheiro, Susana Rodrigues, Teresa Gentil, Vanda Lemos e Vanessa Nunes.